sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Um pouco mais sobre as lipoproteínas

Este será mais um post sobre lipoproteínas, porém enfatizarei agora na composição das lipoproteínas em relação às apoprotéinas. As apoprotéinas terão função estrutural, possuíram sitio de ligação com receptor e serão coenzimas ou ativadoras de enzima que são usadas no metabolismo das lipoproteínas.

Quilomícron
Será sintetizado na mucosa intestinal e irá fazer o transporte de triglicerídeos, colesterol e éster de colesterol para os outros tecidos. A lipoproteína recém formada será chamada de quilomicron nascente e será formada pela apo b48, que recebe essa designação, pois 48% da proteína é codificada pela apoB, por exemplo a apo B100 encontrada na VLDL e LDL é 100% codificada pela apoB.
No plasma os quilomicrons irão receber a apo E e apoprotéinas C do HDL circulante. A apo E junto com a apo B 48 que terão sítios para os receptores nas células. Já apo C II também é importante, pois esta irá ativar a lípase lipoprotéica, que é a enzima que catalisa a hidrólise dos triglicerídeos em ácidos graxos e glicerol. Os quilomícrons com menos triglicerídeos sendo consequentemente mais densos, pois o tamanho diminui, e sem as apoprotéinas C que são levadas de volta para o HDL, irão ser chamados de remanescentes. Os quilomicrons remanescentes irão para o fígado, que terá receptor para o conjunto da apo E com a apo B48. O colesterol que irá chegar no fígado regulará a síntese de novo, inibindo alostericamente a enzima e também diminuindo o conteúdo desta na célula.

VLDL
Sintetizada no fígado esta lipoproteína terá como função transportar os triglicerídeos para os outros tecidos, porém além dessas moléculas também irá transportar colesterol, fosfolipídios e éster de colesterol. Quando liberadas pelo fígado será composta pela apo B 100 e apo A I, porém no sangue como o quilomicron também irão capturar a apo C II e apo E da HDL. A apo C II também será necessária para ativar a lípase lipoprotéica. Há também a transferência de éster de colesterol da HDL para a VLDL e a VLDL irá transferir triglicerídeo ou fosfolipídio para a HDL, essa troca será feita pela proteína de transferência estril éster. À medida que a VLDL libera os triglicerídeos e devolve as apoprotéinas E e C para o HDL esta irá formar o LDL, o IDL é uma lipoproteína intermediária entre o LDL e o VLDL.

LDL
Também é composta pela apo B100, porém diferente da VLDL essa lipoproteína contém menos triglicerídeo e mais colesterol e éster de colesterol. Nas células que tiverem receptores para a apo B 100 o LDL será endocitado liberando o colesterol dentro da célula. Se há mais colesterol do que o necessário para as funções estruturais ou sintéticas este será armazenado através da ativação da enzima ACAT, que irá formar éster de colesterol. O LDL pode ser também captado por macrófagos do tipo scaranger que possuem alta afinidade com o LDL. O LDL que será endocitado pelo macrófago via receptor estará modificado quimicamente por acetilação ou por oxidação da apo B. Porém essa via de entrada de colesterol não regula a quantidade de colesterol dentro da célula, por isso o colesterol será então acumulado. As LDLs modificadas pelo macrófago irão adquirir um aspecto esponjoso que poderão influenciar na formação da placa arterosclerótica.



HDL
São sintetizadas no fígado e serão liberadas por exocitose. Servirão para liberar e recolher de volta apoprotéinas que irão atuar no metabolismo de outras lipoproteínas. Quando a HDL é sintetizada é formada pelas apoproteínas E, A e C e pouco colesterol, porém a membrana dessa lipoproteína terá grande afinidade pelo colesterol que estará nas células ou em outras lipoproteínas. Dentro do HDL o colesterol será transformado em éster de colesterol pela enzima LCAT que será ativada pelo apo A I do HDL. A HDL será levada para o fígado, onde o colesterol poderá ser transportado novamente pelas lipoproteínas ou pode ser eliminado na bile.
A imagem abaixo ilustra a explicação a cima sobre as lipoprotéinas, porém está faltando a HDL no esquema.
Referências


Ada Bento

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