terça-feira, 3 de agosto de 2010

Proporção ômega 6/ômega 3 e relação com algumas doenças

É muito importante observar e manter em equilíbrio a razão ômega 6/ ômega 3 no organismo. Esse equilíbrio contribui para a manutenção da saúde atuando no abrandamento e até na prevenção de determinadas doenças. As famílias de ácidos graxos ômega 3 e ômega 6 competem por enzimas que atuam na dessaturação e alongamento da cadeia. Mesmo essas enzimas tendo maior afinidade pelo ômega 3, uma alta concentração de ácido linoléico (ω6) interfere na metabolização do ácido alfa-linolênico (ω3).
As dietas modernas apresentam uma elevação na proporção ômega 6/ômega 3, o que pode resultar em ingestão inadequada de ômega 3. Esses valores podem chegar até a 20:1. Na maioria dos países já há recomendações para ingestão de ômega 6 e 3, variando entre 3:1 a 5:1.

Ômega 3 e as doenças cardiovasculares

O fator determinante das doenças cardiovasculares é o estreitamento da luz arterial por deposição de gordura na parede dos vasos sanguíneos. A lesão na parede da artéria estimula a formação de coágulos, podendo levar a formação de trombos (quando as placas de gordura se desprendem da parede do vaso), com agregação de plaquetas estimulada pelos eicosanóides inflamatórios e vasoconstrição. O ômega 3, produz eicosanóides com baixo poder inflamatório (séries 3 e 5), controlando esse processo no organismo, além de inibir a síntese de ácido araquidônico e consequentemente a de eicosanóides pró-inflamatórios (séries 2 e 4). Algumas pesquisas com pacientes com doenças cardiovasculares apontaram uma diminuição de 70% da mortalidade quando a razão ω6/ω3 na dieta foi de 4:1. Por isso é tão importante haver o equilíbrio entre os eicosanóides das diversas séries reduzindo assim o risco de doenças cardiovasculares. Além disso, o ômega 3, como já foi dito reduz a secreção hepática do VLDL, diminuindo a trigliceridemia.



Ômega 3 e artrite reumatóide

A artrite reumatóide é uma doença inflamatória crônica que acomete as articulações sinoviais do corpo, como por exemplo a articulação do joelho. O uso terapêutico de óleo de peixe – excelente fonte de ômega 3 – no tratamento de pacientes com este problema, revelou efeitos como redução dos sintomas e menor concentração sérica da IL-1 beta, que é uma citocina pró-inflamatória. Este tipo de tratamento pode, então, associado ao tratamento convencional, trazer bons resultados. Em relação à razão ω6/ω3, quando esta foi de 3:1 a 4:1, houve redução na inflamação decorrente dessa doença.


Priscila Olin

Fontes:
Ácidos graxos poliinsaturados ômega-3 e ômega-6: importância e ocorrência em alimentos
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732006000600011&lng=pt&nrm=iso


Imunonutrição. Nutrição Fundamentos e Aspectos Atuais. TIRAPEGUI, Julio. Editora Atheneu. 2006

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